Fabricação de alimentos feitos a partir de flocos de grãos

As matérias-primas disponíveis para a alimentação animal podem ser submetidas a vários tratamentos tecnológicos a fim de melhorar seu valor nutricional. Os tratamentos visam inativar ou destruir possíveis fatores anti-nutricionais e melhorar a digestibilidade e a disponibilidade dos diferentes constituintes bioquímicos.

Os processos aos quais os cereais são submetidos podem ser classificados em quentes e frios. É uma classificação primária, mas útil para entender a importância de como eles são expostos para serem usados biologicamente. Entre as frias, as mais utilizadas são a trituração, quebra e esmagamento. As quentes são micronização, descamação, pelotização, extrusão e expansão. Os processos quentes podem, por sua vez, ser divididos em métodos úmidos e secos. Processos úmidos utilizam água e temperatura sob a forma de vapor e processos secos utilizam apenas temperatura.

Os mais utilizados são os processos térmicos ou hidrotermais, combinados com o tratamento mecânico. O principal interesse está focado em desorganizar a estrutura cristalina do amido para atingir seu estado de gelatinização.

Estes procedimentos alteram os amidos que possuem grupos hidroxil, que não são muito solúveis em água. A alteração destes grupos por processos hidrotermais aumenta o poder de retenção de água e facilita o inchaço e a gelatinização dos grãos de amido. Amidos pregelatinizados, cozidos por extrusão ou em rolos e depois secos, incham diretamente em água fria, que retêm bem. A temperatura na qual estes fenômenos ocorrem é chamada de temperatura de gelatinização e está associada à quebra das ligações de hidrogênio secundário que mantêm as cadeias de polímeros juntas. A temperatura de gelatinização para cevada está na faixa de 59-64°C, para trigo 65-67°C e para sorgo entre 67 e 77°C.

Compreender o processo de pré-gelatinização é importante para entender o significado prático de uma digestão facilitada dos amidos pelos animais.

Nos grãos de milho e sorgo, o aumento da digestibilidade ruminal e pós-ruminal obtida por tratamento com vapor e descamação é notável. Um dos objetivos da suplementação com este tipo de grãos é fornecer energia ao rúmen, especialmente em pastagens com alto teor protéico e degradabilidade (alfafa, verdes de inverno, forragens frescas de qualidade). A escolha do tipo de grão a ser utilizado é de suma importância para harmonizar (equilibrar) a disponibilidade de energia e proteína no rúmen.

É importante notar que a gelatinização do amido pelo cozimento o torna mais digerível do que por enzimas amilolíticas.

Comparação entre extrusão e escamação:
Fundamental é a vantagem de que, na fabricação de flocos, o grão é reconhecível. Isto dá ao comprador maior segurança, já que os componentes dos alimentos são visíveis. Microorganismos como a salmonela são completamente eliminados na torre de cozimento a vapor, pois há contato prolongado com o calor (15 a 60 minutos).

Produtos a serem obtidos com a linha de produção de flocos:

É possível fabricar flocos a partir de um único grão ou fazer misturas deles antes de triturá-los. Nos casos em que se deseja adicionar vitaminas, etc., é possível misturar posteriormente com pellets contendo esses micro componentes.

Matéria-prima: Mistura de grãos.

Produto final: Grãos triturados.

Produto final: Com pellets.


Descrição do processo de fabricação de flocos:

Como vimos, para obter alta digestibilidade da ração, as tecnologias disponíveis são a extrusão e a fabricação de flocos. A peletização de prensas não é comparável porque obtém menos gelatinização.
A fabricação de flocos é um processo termo-mecânico de “cozimento-rolhamento”, ao qual os cereais são submetidos. A cozedura é feita com vapor a baixa pressão, enquanto a descamação consiste basicamente em triturar o grão em folhas finas. Desta forma, o amido nos grãos é transformado em substâncias menos complexas como dextrinas e açúcares (efeito químico da pressão térmica), e os grãos de amido perdem sua estrutura cristalina, dando origem ao fenômeno da gelatinização (efeito físico). O produto obtido após a secagem é chamado de “flocos de cereais”, cujas vantagens são:

  • Eliminar bactérias e eventualmente o desenvolvimento de toxinas que podem aparecer em condições prolongadas de armazenamento.
  • Intivar fatores antinutricionais.
  • Modificar a aparência física do alimento.
  • Aumentar o volume.
  • Incrementar o grau de imbibição da partícula.
  • Incrementar a digestibilidade do amido por sua transformação em dextrinas.

O processo é dividido em três fases:

Torre de cozimento HVV

Fase 1: Tratamento hidrotérmico.

Esta consiste em distribuir o vapor de água uniformemente na câmara de cozimento a baixa pressão (uma atmosfera). Isto é permanentemente misturado com os cereais para que o produto receba ao mesmo tempo e à mesma temperatura o calor sob pressão. A fim de evitar superaquecimento ou subcozimento, sensores de temperatura são instalados no sistema.

Molino laminador

Fase 2: Tratamento mecânico.

Esta operação é realizada por um laminador com dois cilindros opostos. Nesta máquina, é muito importante a alimentação uniforme ao longo de toda a superfície de laminação. É possível fazer uma fina faixa da superfície de esmagamento que facilita o desprendimento dos flocos e sua condutividade térmica.

Secador e resfriador a contrafluxo EFNC

Fase 3: Tratamento de secagem e resfriamento.

A umidade e a temperatura são removidas em um dessecador onde o produto em flocos é passado através de correntes de ar quente e frio. Isto resulta em um produto com uma umidade de 13% e uma temperatura próxima à temperatura ambiente.

Diagrama de fluxo de grãos

01 – Depósito de alimentação
02 – Válvula guilhotina
03 – Panela a vapor HVV
04 – Vapor
05 – Par termoeléctrico
06 – Controlador de nível rotativo
07 – Banco de cilindros laminador BCD
08 – Secador mais frio EFNC
09 – Gerador de ar quente GAGA
10 – Tabuleiro elétrico
11 – Separador
12 – Válvula de extração HSD
13 – Tanque condensador de vapor
14 – Ventilador HT
15 – Válvula de câmara de ar rotativa HSC

Tipos de grãos e sementes

  • Trigo
  • Milho
  • Aveia
  • Centeio
  • Centeio
  • Cevada
  • Arroz
  • Girasol
  • Chickpeas
  • Feijão de soja
  • Outros
  • Trigo
  • Milho
  • Aveia
  • Centeio
  • Cevada
  • Arroz
  • Girasol
  • Chickpeas
  • Feijão de soja
  • Outros

Informação Técnica:

 


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